A versão esportiva responde por cerca de 10% das vendas do hatch. Mesmo
com um percentual de participação relativamente expressivo para uma
configuração esportiva, o T-Jet não basta para fazer o Bravo finalmente
emplacar no Brasil. Em 2013, a média mensal de vendas está em 850
unidades. Dessa forma, o Bravo fica atrás de Ford Focus, Chevrolet
Cruze hatch, Volkswagen Golf e Peugeot 308 e abocanha o quinto lugar no
ranking. Mais abaixo aparecem Citroën C4 e Hyundai i30 – o francês vai
receber nova geração este ano, enquanto o sul-coreano passou pela troca
nestre primeiro quadrimestre.
Além do preço competitivo entre os hatches esportivos, o Bravo T-Jet
agrada pelo competente conjunto dinâmico. O trem de força, por sinal,
vem importado da Itália. O motor é o turbinado 1.4 T-Jet, com 152 cv a
5.500 rpm e 21,1 kgfm entre 2.250 e 4.500 giros. Ainda há a função
Overbooster que eleva o torque para 23,0 kgfm nas 3 mil rotações. A
transmissão é sempre manual com seis velocidades. Os dois alavancam o
hatch de 1.370 kg a 100 km/h em 8,2 segundos e até uma velocidade
máxima de 206 km/h.
Por cumprir uma função de topo de linha, o T-Jet também vem bem
equipado. Traz ar-condicionado dual zone, rodas de 17 polegadas,
controle de estabilidade e tração, airbag duplo, ABS e o teto solar
panorâmico. A lista de opcionais inclui faróis de xenon, rádio/GPS com
tela 6,5 polegadas, airbags laterais, de cortina e de joelho e
revestimento parcial em couro. Só que com tudo isso, a conta sobe para
mais de R$ 80 mil. Um valor que compromete bastante o custo/benefício.
Ponto a ponto
Desempenho – Mesmo não sendo dos motores mais potentes
entre os hatches esportivos, o 1.4 turbo vai muito bem na tarefa de
acelerar o Bravo. Há algum “turbo lag” – demora do turbocompressor
para reagir – em giros baixos. Mas a partir das 3 mil rpm, o propulsor
enche e empurra o médio com grande vitalidade. É fácil e instigante
superar os 100 km/h. A sensação de esportividade é ampliada com o
importado câmbio manual de seis marchas, com escalonamento correto e
engates precisos.
Nota 9.
Estabilidade – O Bravo já é um hatch com bom
comportamento dinâmico. O acerto ligeiramente mais rígido da suspensão
só melhora este aspecto. O médio segura bem nas curvas e passa uma
ótima sensação de segurança. Os pneus 215/45 R17 – os mesmos das
versões Absolute e Sporting – oferecem aderência e contribuem para o
balanço dinâmico do carro.
Nota 8.
Interatividade – A interação com a parte dinâmica do
Bravo é interessante. O câmbio tem ajustes precisos, assim como a
direção com assistência elétrica. Os pedais com acabamento em alumínio
são adequados à proposta do T-Jet. O sistema de som que destoa do
resto. Apesar de ser completo, tem funcionamento confuso demais. A tela
não é sensível ao toque e nem tem interface intuitiva.
Nota 7.
Consumo – O InMetro não tem medições de nenhuma versão
do Fiat Bravo. O computador de bordo apontou média de 8,7 km/l de
gasolina em um trajeto misto.
Nota 7.
Tecnologia – O motor T-Jet não é dos turbinados mais
modernos do mercado nacional. Mas entrega desempenho e consumo na
medida certa. O câmbio importado da Itália é outro que agrada. A lista
de equipamentos já é completa de série, com direito a ar dual zone e
controles de tração e estabilidade. Ainda há na lista de opcionais
itens como faróis de xenon, teto solar panorâmico e rádio com tela de
6,5 polegadas. O sistema de som, por sinal, é o que destoa, com
funcionamento confuso.
Nota 8.
Conforto – A suspensão mais rígida pouco afeta o
conforto ao rodar do Bravo. Isso significa que o hatch continua
respondendo com pancadas secas em alguns buracos mais fundos. Na
cabine, o médio acomoda quatro pessoas com sobras. O único problema é a
linha de cintura ascendente, que deixa os ocupantes do banco traseiro
um tanto afundados.
Nota 7.
Habitabilidade – A vida a bordo do Bravo é tranquila.
Há boa quantidade de porta-objetos e todos bem localizados. Entrar na
parte de trás do hatch é mais complicado por causa do caimento
acentuado do teto. Nada grave, no entanto. O porta-malas leva razoáveis
400 litros.
Nota 7.
Acabamento – É um dos destaques do Bravo. O painel é
todo em plástico emborrachado com uma textura que lembra a usada em
cintos de segurança. O volante e parte dos bancos são revestidos em
couro de qualidade. A versão T-Jet ainda adiciona tempero à mistura com
os pespontos vermelhos.
Nota 8.
Design – O Bravo é um carro que preza mais pela
elegância no design do que propriamente a esportividade. Talvez
pensando nisso a Fiat praticamente não tenha feito mudanças estéticas
para a versão T-Jet. Só as rodas mais esportivas diferenciam o T-Jet
dos outros Bravo, além de alguns discretos decalques na carroceira.
Nota 8.
Custo/beneficio – O preço inicial do Bravo T-Jet
agrada bastante. Por R$ 68.030, ele é consideravelmente mais barato que
o Peugeot 308 THP, seu principal rival. O problema é a lista de
opcionais, que elevam o preço do Bravo para mais de R$ 80 mil. Ao
menos, lá estão equipamentos interessantes como os sete airbags e
faróis de xenon. Outro concorrente importante é o Punto T-Jet, que
compartilha o mesmo motor e parte de R$ 57.160.
Nota 6.
Total – O Fiat Bravo T-Jet somou
75 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Ritmo dinâmico
Uma das maiores qualidades do Bravo T-Jet é surpreender seu motorista.
O visual pacato não denuncia que se trata de um carro realmente
esportivo. Só as rodas com desenho exclusivo e meia dúzia de adesivos
na carroceria diferenciam este de um Bravo comum. O desempenho, por
outro lado, é completamente diferente. O T-Jet é instigante de dirigir.
O motor 1.4 turbo não é dos melhores da classe, mas traz gosto de ser
explorado. A partir dos 3 mil giros e com a função Overbooster ligada
ele fica “animado”. Traz força de sobra para o hatch médio e não
reclama de atingir giros elevados. Aliado a ele está a bela transmissão
de seis marchas. Com engates precisos e relações próximas, nem parece
ser feita pela mesma empresa que produz os “borrachudos” câmbios que
estão nos compactos brasileiros da Fiat.
Dinamicamente, o T-Jet só aprimora o comportamento já interessante do
Bravo comum. A suspensão é um pouco mais firme e diminui algumas
rolagens de carroceria. O chassi é acertado e há bastante controle do
hatch tanto em mudanças bruscas de direção quanto em frenagens fortes.
Os pneus são os mesmos das demais configurações do hatch e contribuem
com aderência suficiente.
O ajuste mais rígido da suspensão praticamente não altera a maneira com
que o Bravo se comporta no cotidiano. O conforto ao rodar é razoável e
o isolamento acústico permanece satisfatório. O espaço interno é bom
para quatro adultos. Um quinto fica um tanto espremido. O acabamento é
mais um ponto a favor do hatch da Fiat. O painel é todo revestido de
plástico emborrachado com textura semelhante a usada em cinto de
segurança. Parece estranho, mas é bonito e agradável ao toque. O que
destoa do bonito interior é o rádio. A tela até é vistosa. Entretanto,
não é sensível ao toque e o próprio programa tem funcionamento confuso.
Melhor mesmo é desligar o som e concentrar em andar rápido. Algo que o
Bravo T-Jet faz realmente bem.
Ficha técnica
Fiat Bravo T-Jet
Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.368 cm³,
quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo
de válvulas no cabeçote. Turbocompressor, intercooler, injeção
eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Possui controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 152 cv a 5.500 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 8,7 segundos.
Velocidade máxima: 206 km/h.
Torque máximo: 21,1 kgfm entre 2.250 e 4.500 rpm. Com o Overbooster ligado: 23,0 kgfm a 3 mil rpm.
Diâmetro e curso: 72 mm x 84 mm. Taxa de compressão: 9,8:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com rodas
independentes, braços oscilantes e barra estabilizadora. Traseira do
tipo eixo de torção, com rodas semi-independentes e barra
estabilizadora.
Pneus: 215/45 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e
cinco lugares. Com 4,36 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,48
m de altura e 2,60 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais de série
e laterais, de cortina e de joelho para o motorista como opcional.
Peso: 1.370 kg.
Capacidade do porta-malas: 400 litros.
Tanque de combustível: 58 litros.
Produção: Betim, Minas Gerais.
Lançamento na Europa: 2007.
Lançamento no Brasil: 2010.
Itens de série: Airbag duplo, ar-condicionado dual
zone, direção elétrica rádio/MP3/USB/Bluetooth, volante multifuncional,
rodas de liga leve de 17 polegadas, ABS, apoios de braço, banco do
motorista com regulagem de altura, computador de bordo, controle de
estabilidade e de tração, Hill Holder – que auxilia nas partidas em
ladeiras –, ponteira do escapamento cromada, sensor de estacionamento
traseiro e trio elétrico.
Preço: R$ 68.030.
Opcionais: Faróis de xenon, teto solar panorâmico,
rebatimento elétrico dos retrovisores, sensor de chuva, sensor
crepuscular, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de estacionamento
dianteiro, rádio com tela de 6,5 polegadas com GPS integrado, airbags
laterais, de cortina e de joelho para o motorista e bancos revestidos
parcialmente em couro.
Preço completo: R$ 82.485.